Traquitano Sr. Leão,

Hoje apresentei o Manuelez à roda do Laboratório da noite. Houve dois silêncios: o primeiro vazio bocejante e o segundo cheio fuxicante. Antes brincamos de som, corpo, palavra. A roda foi desenfarelando o corpo para o brincar.

Brincar é revolução. É refazer o mundo. É afronta também. Brincar é perigoso. Porque é gostoso. É riso e riso é poder. Uma risada bem dada pode desarmar o mais perigoso dos exércitos. Acredita?

Brincar é barato. Só precisa virar o olho, o ouvido, a palavra. Pegar de outro jeito, na medida do SE. SE fosse uma boca com mais de 5 palmos? SE pudesse passar 3 horas dormindo dentro do mar? SE cachorro falasse? O SE muda o mundo.

Mas é fácil criar musgo para a brincadeira quando sentamos na idade adulta. Nisso tenho orgulho de você. Nunca senta em idade nenhuma! Aqui e acolá brinca de esconder. Seu tempo de dentro tem rodinhas.

Mas SE cansar, SE quiser colo, pode vir que faço uma palavra bem algodoada para te abraçar.

Xeru,
Borboleta.

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